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Em nenhuma ocasião Jesus expressou a idéia de que Seus seguidores devam celebrar Seu aniversário. Pelo contrário, em duas ocasiões [Lucas 11.27,28; Marcos 3.31-35] quando as pessoas queriam enfatizar Seus laços naturais (mãe e irmãos), Ele rapidamente rebateu esta atitude, enfatizando a importância dos Seus laços espirituais (os discípulos e todos aqueles que ouvem e praticam Sua Palavra);
Em outras palavras, Jesus não queria ser venerado como um grande astro e sim como o Caminho pelo qual todos os homens poderão chegar a Deus nas mesmas condições de filiação que Ele tem.
É com este propósito que Ele realmente instituiu uma cerimônia em Sua memória, não um aniversário uma vez por ano, mas [1Coríntios 11.23-25] Jesus quer que nos lembremos dEle sempre, não como uma figura histórica a ser homenageada, mas como o Pão e o Vinho da Ceia, que nos alimentam e nos dão o poder para tornar-nos como Ele.
Guardando isto em mente, e, lembrando que, as “
coisas encobertas pertencem ao SENHOR nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem a nós e a nossos filhos para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei” [Deuteronômio 29.29] .
Então, podemos declarar que a Bíblia nos mostra a época do ano em que Jesus nasceu, sem contudo precisar uma data exata.
O principal relato, encontra-se no evangelho de Lucas, um médico, e, portanto, pessoa acostumada a tratar de minúcias, que devido a sua própria profissão se acostumara a ser meticuloso e detalhista.
Pois bem!
No primeiro capítulo evangelho de Lucas, encontramos fatos que não podem encontrados em nenhum dos outros evangelhos:
Lucas 1.5
“
Existiu, no tempo de Herodes, rei da Judéia, um sacerdote chamado Zacarias, da ordem de Abias, e cuja mulher era das filhas de Arão; e o seu nome era Isabel”.
Anotemos uma 1ª expressão:
DA ORDEM DE ABIAS Continuando o relato bíblico:
Lucas 1.8,9
“
E aconteceu que, exercendo ele o sacerdócio diante de Deus, na ordem da sua turma, segundo o costume sacerdotal, coube-lhe em sorte entrar no templo do Senhor para oferecer o incenso”.
O
Espírito Santo insiste:
NA ORDEM DA SUA TURMA. E ali, conforme os versículos seguintes,
Zacarias teve uma visão de um anjo, que lhe disse que teria um filho. Pelo fato de não ter crido, ele ficou mudo; essa mudez constituiu um sinal de que aquela visão realmente fora de Deus. Continuando:
Lucas 1.23,24
“
E sucedeu que, terminados os dias de seu ministério, voltou para sua casa. E, depois daqueles dias, Isabel, sua mulher, concebeu”...
A conclusão a que chegamos até agora é a seguinte:
João Batista, o profeta, o precursor de Jesus, foi concebido imediatamente após o período em que ocorria o “turno” de
Abias, quando
Zacarias voltou para casa e para sua esposa, depois de ministrar no templo.
Nos versículos Lucas 1.26-40 relata a visita do
anjo Gabriel a Maria. No final daquela visita, o anjo lhe disse:
Lucas 1.36
“
E eis que também Isabel, tua prima, concebeu um filho em sua velhice; e é este o sexto mês para aquela que era chamada estéril”;
Necessário através desta passagem bíblica se fazer uma nítida percepção:
Jesus foi concebido pela virtude do Espírito Santo, seis meses após o nascimento de
João Batista, ou conforme os relatos acima, seis meses após a
DA ORDEM DA TURMA DE ABIAS.
O que é essa
ORDEM DA TURMA DE ABIAS? Em que época do ano ocorre?
Para responder, precisamos recorrer ao Antigo Testamento.
No livro de 1Crônicas 24 [versículos 1,2,7-19], se apresenta a relação dos turnos que foram organizados os sacerdotes para ministrarem na casa do SENHOR, conforme verificamos em Lucas 1.5 e seguintes, esses turnos de sacerdotes continuaram a ser obedecidos na ordem devida até a destruição do templo de Jerusalém por volta do ano 70 aD.
Nos versículos 7 a 18 encontramos uma relação de vinte e quatro turnos de sacerdotes (lembremos dos vinte e quatro anciãos que João viu [Apocalipse 4.4,10; 5.14; 11.16; 19.4]), distribuídos entre as vinte e quatro famílias de sacerdotes descendentes de Arão, que se sucediam ministrando na casa do Senhor. É fácil concluir que essa escala devia ser cumprida no decorrer do ano religioso ou litúrgico dos judeus. Assim sendo, obviamente cada turno de sacerdotes oficiaria durante quinze dias.
Anotemos uma 2ª expressão:
a sorte para as divisões a Abias era a OITAVA
Quando então começava a funcionar o primeiro turno desta divisão para o ofício do ministério de entrar na casa do SENHOR?
Esta interrogação é importante, pois, da sua resposta vai depender a localização exata da época do nascimento de Jesus!
O primeiro turno começava a funcionar no primeiro mês do ano religioso dos judeus, mas quando era isso?
O primeiro mês do calendário judaico, é
Abibe; coincide mais ou menos com o nosso mês de março [Êxodo 12.1,2; 13.4; Deuteronômio 16.1; Levítico 23.5] .
Êxodo 23.15
“A festa dos pães ázimos guardarás; sete dias comerás pães ázimos, como te tenho ordenado, ao tempo apontado no mês de Abibe; porque nele saíste do Egito; e ninguém apareça vazio perante mim”;
As pessoas que estão familiarizadas com os costumes modernos dos israelitas ficarão surpresas com esta constatação, pois na verdade os judeus dos nossos dias, em todo o mundo, comemoram o Ano Novo na data da
Festa dos Tabernáculos (ou
Festa das Cabanas), isto é, entre setembro ou outubro.
Esta discrepância com a determinação bíblica se deve ao fato de que os israelitas, no decorrer dos séculos, por razões que não vêm ao caso neste estudo, mudaram o início do ano civil para o meio exato do ano religioso – a data da
Festa dos Tabernáculos, e por isto existem dois inícios do ano judaico: o secular começar na
Festa de Tabernáculos, no primeiro dia do sétimo mês do ano religioso [Levítico 23.23-25], e o religioso começa catorze dias antes da
Páscoa (celebrando a saída do Egito). Contudo, para nós as modificações feitas pelos homens nada nos interessam. Interessa-nos a Palavra do Senhor:
Êxodo 12.1,2
“Este mesmo mês (o mês de
Abibe, o da
Páscoa)
vos será o princípio dos meses; este vos será o primeiro dos meses do ano”
Assim, o ano religioso começa a primeira festa Bíblica,
Páscoa, enquanto que o ano civil começa com a terceira festa Bíblica, a
Festa de Tabernáculos.
Portanto, resumindo...
Zacarias, pai de
João Batista, era sacerdote e ministrava no templo durante o "
turno de Abias" (
Tamuz, junho) [Lucas 1.5,8,9]. Terminado o seu turno voltou para casa e (conforme a promessa que Deus lhe fez) sua esposa
Isabel, que era estéril, concebeu (deu a luz)
João Batista [Lucas 1.23-24] no final do mês
Tamus (junho) ou início do mês
Abe (julho); e, Jesus nosso Senhor, foi concebido pelo Espírito Santo [Lucas 1.24-28] seis meses depois, isto é, no fim de
Tebete (dezembro) ou começo de
Sebate (janeiro), provavelmente durante os dias da festa de
Hanuká (a festa das luzes).
Contando-se os nove meses normais de gestação, segundo estes cálculos cronológicos, Maria veio dar a luz ao nosso Senhor no fim de setembro ou começo de outubro – nos dias da
Festa de Tabernáculos, no ano seguinte, ou sétimo mês do calendário judaico – o mês de
Etanim [1Reis 8.2];
O sétimo mês judaico era marcado pela
Festa dos Tabernáculos, a terceira e última das grandes festas instituídas por Deus por intermédio de Moisés.
A
Festa dos Tabernáculos ou
das Cabanas, significava
Deus habitando com Seu povo. Foi instituída por Deus como memorial, para que o povo de Israel se lembrasse dos dias de peregrinação pelo deserto em que o Senhor habitou no Tabernáculo no meio de Seu povo [Levítico 23.39-44; Neemias 8.13-18].
No evangelho de João, capítulo 1, versículo 14, vemos que o
Verbo (Cristo) habitou entre nós. Esta palavra no grego é
skenoo – tabernaculou; isto é, a
Festa dos Tabernáculos cumprindo-se no Senhor Jesus Cristo, o
Emanuel [Isaías 7.14];
Em Cristo se cumpriu não apenas a
Festa dos Tabernáculos, mas também a
Festa da Páscoa, na Sua morte [Mateus 26.2; 1Coríntios 5.7], e a
Festa do Pentecostes, quando Cristo imergiu dentro do Espírito Santo a todos os que haveriam de ser salvos na dispensação da Igreja [Atos 2.1].
Será, porém,
insensatez,
hipocrisia,
demagogia, e,
vitupério, insinuar e comemorar que o Nascimento do menino Jesus ocorreu em
25 de dezembro, pois, quem assim procede, parece não ter o entendimento de que
Jesus foi antes de todas as coisas, e que Sua vinda como Homem, deve ser aceita como a vinda
dAquele que desceu dos céus para nos trazer salvação!
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